Essa parte se chama : Caindo na real

     Mesmo com a perda auditiva, (se é que se pode chamar de perda algo que você nunca teve!) eu tive uma infância normal , nunca me senti diferente por causa disso.Lembro que tinha muitas dores de ouvido, e minha mãe chegou a me levar no médico algumas vezes á  procura de tratamento.
     Na  adolescência também foi normal, mesmo com alguns contratempos ia em shows barulhentos, boates e festas como todo jovem.
        Porém foi de pouco tempo prá cá que o problema começou a me incomodar mais, trabalhava como vendedora em  shopping e por vezes o cliente me solicitava e eu não ouvia, ou olhava para o outro lado. Curiosamente isso nunca me impediu de ser uma boa vendedora, porém era muito cansativo, pois eu tinha que redobrar a atenção.
          Depois trabalhei em escritório e nesse caso, senti que não rendia 100% quando atendia o telefone e um cliente ao mesmo tempo.
         Eu percebi que eu tinha um problema e precisava resolvê-lo no dia em que ouvi do gestor da empresa a seguinte frase ''Se eu soubesse que você era surdinha eu não tinha te contratado não,uai!''.
          Desanimei com esse trabalho e decidi que era hora de trabalhar menos e cuidar mais de mim e do meu futuro.
        Algum tempo depois ele contratou os serviços de uma consultora empresarial, foi a minha oportunidade de sair da empresa sem ter que pedir demissão e perder o dinheiro que precisava prá me manter enquanto mudava de emprego.
        Comecei a faculdade, e peguei um estágio de meio período em um escritório mais calmo, sem barulho e movimentação o tempo todo.